Quando bate aquele desespero e tudo o que sai são algumas gotas da infelicidade, quero me trancar, quero ver gente. Não sei expressar assim como não sei como pensar, complexo. Só falta aquele azedume matinal, aquele preconceito com o céu azul e a falta de vida que agora se constrói. Há o medo, aquele medo gigante de detrimento, como se eu definhasse e afundasse pesada feito uma âncora oxidando no fundo do mar ao longo dos séculos. Sinto essa falta, tão grande como a sua falta de ar num dia desses. Foi tudo tão estúpido tantas vezes que me sinto envergonhada, queria outra forma de ver a vida e esse esforço repentino não faz mais efeito.
Tem essa música que me lembra um bom momento, quem sabe um dia ela lembre algo menos nostálgico.
segunda-feira, 10 de março de 2008
quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
Uma mania detestável essa luz pregada no meu teto tinha. Mania de querer brilhar mais que meu livro parecia estar adorando incomodar, demasiado astuta. Tirava minha concentração das páginas suaves me levando de volta àquilo indesejado. Mais cinco minutos para conseguir concentração de novo e... lá está ela, se esforçando como se fosse uma pequena vela querendo iluminar um galpão.
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
De súbito, algo me tomou; tão estranho, até parece irreal. Leva-me pra longe, assopra forte me fazendo confessar.. Confesso a mim: parece leve mas não é. Sutil, talvez. Essas pequenas pernas tremem frágeis a ponto de desmontarem. Olhos fechados, o mundo derrete à minha volta. As cores inebriantes saltam se atirando num longinqüo e secreto abismo. Ao pé do ouvido soam as mais agradáveis palavras, parece música. Aquela respiração ofegante distinta de tudo já antes ouvido. Pensando em tudo algumas gotas se espremem entre as pálpebras, mas há sempre algo melhor pela frente. Ando perdida num futuro presente sem letras, sem fascinações. As pequenas letras acolhedoras parecem escondidas atrás de algo mais virtuoso. Óh, já se foi. Breve culpa.
quinta-feira, 29 de novembro de 2007
Desamores
Entre os copos de cachaça, num bar qualquer, lá estava ele sentado a pensar na vida. Todas as noites fazia o mesmo: tomava um banho quente de arrepiar os pêlos, vestia suas melhores meias, penteava seu cabelo com mousse, até perfume passava! Ia à janela vê-la passar toda charmosa dentro de vestidos insinuantes que valorizavam sua silhueta de elegantes curvas e seios fartos. Seus cabelos ao vento traziam, no lugar da usual presilha prateada, uma flor de hibisco. Fazendo as vezes de carrinho de compras havia um homem carregando tomates e verduras dentro de sacolas de pão. Um homem, oras! "Como ela nunca me notara?", matutava. "Uma tão simples flor é para mulher... ich... comum! Ela merece rosas... mil rosas das mais... ich... belas existentes... Nada de hibiscos de veraneio." Com jargões e frases feitas soltas em momentos mais despretenciosos todos pensavam tratar-se ali de um poeta porém era apenas um sofredor atingido e destruído pelo amor platônico alimentado de bobeira. Naquela noite ele tomou seu último banho, um banho gélido sem vontade.
terça-feira, 20 de novembro de 2007
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